Contra todas as probabilidades, o projeto da casa mais estreita do mundo, a Casa Keret, em Varsóvia, na Polônia, concretizou-se graças ao apoio da Fundação Polonesa de Arte Moderna e a Prefeitura de Varsóvia.
O arquiteto, Jakub Szczesny, do estúdio Centrala, projetou a casa com uma superfície semitransparente de policarbonato para que a luz pudesse entrar e o morador não se sentisse em um lugar claustrofóbico. No entanto, poderia ser difícil de evitar tal sensação – afinal, a estrutura, que tem 90 cm de largura em uma extremidade e 1,5m em outra, está encravada entre dois edifícios, só pode ser acessada por uma escada e não tem janelas. Mesmo a geladeira só pode guardar duas bebidas ao mesmo tempo.
Por outro lado, a estrutura é mais uma instalação artística, que busca levantar questões sobre o passado e o presente de Varsóvia, que uma residência permanente. Segundo o arquiteto, Szczesny, a casa é uma crítica ao déficit habitacional na Polônia, sugerindo que mais espaços residuais devam ser utilizados; além disso, a casa atrai atenção para os trágicos eventos da segunda Guerra Mundial que destruíram a cidade e estimularam a construção de seus edifícios modernos.
e fato, a casa se localiza onde fora o Gueto Judaico de Varsóvia, levando Etgar Keret, o escritor israelense que será o primeiro inquilino da casa (e em função de quem a casa foi nomeada), a considerá-la um “memorial” à sua família, que morreu na revolta polonesa contra os nazistas em 1944. Contudo, após seis meses Keret passará a chave da casa adiante, para que outro inquilino possa ter a experiência de viver nela.
Via News Times e The Daily Mail.